Depois de muito mistério, finalmente terminamos as obras de reforma no Terra Patris! em 2013! Quem acompanha a gente pelo Facebook (procura lá: Terra Patris Atellier Pousada) ou Instagram (@terrapatris) pode perceber que postamos bem menos fotos do que na época da construção, por exemplo. Até era nossa ideia inicial, fazer um álbum por semana, postar muitas fotos, diário da obra aqui no blog... Mas a gente não tinha se dado conta que, dessa vez, a gente estaria morando dentro da obra. E isso tornou o andamento de tudo muito diferente...
Mas agora, passado o auge da reforma, estamos novamente retomando os eixos do dia a dia da pousada e das nossas vidas também. Agora sim temos tempo de analisar toda a trajetória e ver tudo que foi bom, rir do que deu errado e, o mais importante, aprender com esse turbilhão de emoções que a gente passa em momentos como esse.
Planejamos muito essa reforma. Mais ou menos depois do Carnaval, começamos a conversar muito sobre os rumos que o Terra Patris! ia tomar. Estávamos finalizando a temporada de 2012/2013, prestes a entrar na baixa temporada, ainda sentindo o furor pós Reveillon. Muitas dúvidas pairavam sobre nossas cabeças: afinal, o que devemos fazer com a pousada? Qual nossa especialidade? No que podemos melhorar? O que nossos hóspedes estão procurando quando vem a Barra Grande? Qual é nosso público alvo? Como podemos divulgar e onde? A ideia inicial era construir mais bangalôs, para poder dar conta do aumento da demanda, principalmente nos feriados. Mas, será que essa seria a melhor decisão?
O que nos ajudou muito foi a nossa organização com os dados: mês a mês, temos um controle de todos os custos, ocupação da pousada, vendas da loja e outros dados financeiros. Também implementamos em 2012 um questionário de avaliação, para saber o que nossos hóspedes gostaram, não gostaram e sugestões deles para a pousada. Juntamos tudo isso às nossas perspectivas com relação a Barra Grande (que mudaram muito desde a nossa chegada aqui), o projeto original da pousada (aquele lá do comecinho), orçamentos atualizados para a construção (detalhe: como tudo ficou mais caro!) e conversamos embasados nessa montanha de dados e opiniões. E quanta coisa boa que a gente conseguiu tirar dessa bagunça!
A primeira que ficou óbvia logo de cara: não precisávamos construir mais um bangalô. Nem dois, nem três. Aliás, a melhor alternativa para o momento seria construir NENHUM bangalô. Ué, mas por quê? Olhando nossa ocupação, vimos que existe muita procura por hospedagem, mas principalmente durante os feriados e datas comemorativas. Essa procura, especialmente no Reveillon, está anos-luz além da nossa capacidade de atender. Claro que os quartos extras seriam ocupados muito rapidamente. Mas e nos demais 320 dias do ano, em que ainda não há tanta procura assim?
Foi aí que veio a luz: nosso problema não é a capacidade reduzida de leitos, pois os mesmos leitos estavam com baixa ocupação durante todo o restante do ano. Vimos então que a solução viria se focássemos em aumentar a atratividade da pousada para nossos hóspedes. Mas como saber o que as pessoas querem? Pergunta oras! E com o nosso questionário online a gente achou muitas respostas... Adivinhem qual era a resposta da última pergunta (“O que podemos melhorar?”) do questionário em 90% das respostas. Uma piscina. Pois é, ela mesma, a piscina. A mesma que a gente não achava uma boa ideia, já que a praia tá ali do lado, logo descendo os 200 metros da rua. Mas foi escutando nossos clientes, entendendo as opiniões deles, que vimos que a piscina poderia não ser o que nós procurávamos em uma pousada quando nos hospedávamos, mas para nosso público-alvo, ela era sim muito importante. Aliás, uma decisão primordial na hora de escolher em qual pousada se hospedar. Pois a praia é linda, a troca das marés é linda, o vento é maravilhoso pro kite... Mas, pros banhistas e pra turma que gosta de tomar sol, pode não ser a praia ideal durante o dia todo. É aí que entra a piscina: no final da tarde, dá pra se refrescar com privacidade e ao lado do seu bangalô. Opa, mas que ideia boa! Não é que, confirmando o ditado popular “O cliente tem sempre a razão”, os hóspedes tinham mesmo a razão? E lá fomos nós pra construir a piscina...
E já que a gente ia construir a piscina, simbora dar uma geral, mudar algumas coisas de lugar, não é mesmo? Mudar o quiosque, construir uma área para massagem, um muro. Mas vimos que precisávamos mesmo era reformar a nossa casa. Quando construimos a pousada baseados no projeto original, tivemos que readaptar os três quartos do prédio de apartamentos para se converterem na casa, onde a gente pudesse morar até construir a nossa casa definitiva, tudo conforme o projeto. Mas, morando nessa adaptação, a gente percebeu que esses três quartos que a gente tinha planejado não iam funcionar pra pousada. A parede compartilhada é um problema, pois passa muito som. Então resolvemos dar um jeitinho nesse bloco e transformar ele definitivamente na nossa casa. Um lugar que a gente pudesse usar pro operacional da pousada, pra trabalhar e pra viver bem e com um pouco de conforto. Foi um troca-troca: a cozinha virou área de serviço, a sala ganhou um novo mezanino, o escritório mudou com o quarto de hóspedes, o quarto virou cozinha...
Claro que durante a reforma foi um caos: faltava material, faltava gente, faltava projeto (porque uma coisa é o papel, outra é a realidade) e o mais, faltava muito da nossa paciência. Mas convenhamos que acordar de segunda a sábado com as marretadas, serras ligadas e carrinho de mão chiando de lá pra cá não é mole não. Haja bom humor e compreensão. Ainda bem que um dia acaba e o resultado... Ah, como compensa!
Em outubro inauguramos oficialmente a piscina, já tivemos hóspedes aproveitando o mergulho e o feedback tem sido muito positivo! Agora é manter: continuar anotar tudo mês a mês, continuar conversando com nossos hóspedes e observar ao nosso redor. Por que uma coisa que a gente aprendeu com toda certeza: a obra em uma pousada nunca acaba. Que venha a próxima!
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