Acordamos cedo para o café (atente-se porque é bem cedo!) depois de ter perdido o jantar de ontem. Aproveitamos a manhã para conhecer a fábrica e a loja de cerâmica da Serra da Capivara, localizadas dentro do próprio albergue. As famosas peças de cerâmica, detalhadas com os desenhos rupestres que vemos no parque, são vendidas em grandes lojas no Sudeste, como Tok&Stok e nos supermercados do Pão de Açúcar.
A Cerâmica da Serra da Capivara
A fabricação é totalmente artesanal e inicialmente foi desenvolvida por Niede Guidon, a coordenadora geral do Parque, como forma de incentivar o comércio local e prover identificação do Parque com o turismo e o consumo. Hoje a fábrica pertence à Girleide, proprietária do Albergue, mas a essência do negócio e o capricho na fabricação foram mantidos, garantindo peças lindas e de alta qualidade. Separamos algumas cerâmicas para levar para nosso acervo na pousada (vale lembrar que há 20% de desconto na loja da fábrica, além de peças com pequenos defeitos a preços super atraentes).
Além de tiramos muitas fotos e filmagens na fábrica, rodamos pela área do Albergue Serra da Capivara, que é super tranquila e com uma linda vista para as rochas do Parque. Realmente aqui é a melhor opção para ficar para conhecer o parque, ouvem-se (e veem-se) os diversos passarinhos e um belo casal de pavões da pousada, além de não haver barulho da cidade, complementando a bela vista da serra ao fundo. Os quartos são bem equipados (com ventilador e ar, sem TV - mas nem precisa) e o colchão (novinho) foi ótimo para descansar.
Almoço na Cerâmica & Albergue Serra da Capivara
Acabamos almoçando de novo por aqui (a comida é simples e caseira, mas há muita salada e tudo é muito gostoso, além do ótimo preço de R$ 18 por pessoa - a vontade) antes de seguir para Caracol. Ficamos na dúvida se ficávamos mais um dia aqui ou se partíamos para a Serra das Confusões, a apenas 100km de José Dias. Mas depois de ler sobre a abertura recente do parque, resolvemos ir até Caracol para documentar, já que ainda não há muitas informações na internet. O caminho também seria o mais curto para depois seguir a Cristino Castro, senão teríamos que voltar pela PI-140, aumentando muito o tempo de estrada. Falamos por telefone com o guia que a Cida e o Nestor indicaram, Aguinaldo. Ele sugeriu nos encontrar em Caracol, para decidirmos qual rumo tomar no dia seguinte. Arrumamos as malas e seguimos na estrada!
Rumo a Caracol
Depois de 80 km (saindo de São Raimundo Nonato), em uma estrada simples, com muitas lombadas, chegamos em Caracol. A cidade é bem simples, tem poucas opções de hotéis, mas é mais agradável que São Raimundo. Logo encontramos o hotel do Parque, próximo a uma praça, gostamos do quarto (simples, mas a um preço justo de R$ 70 o casal com café da manhã) e nos instalamos. Em seguida, já ligamos para o Aguinaldo, que rapidamente veio nos encontrar no hotel. Muito simpático, ele nos indicou os passeios já catalogados e nos contou um pouco sobre os novos rumos do parque.
O PN Serra das Confusões
Recentemente, o parque foi oficialmente reconhecido como Parque Nacional e ganhou força após um grupo de italianos comprar os direitos de exploração turística, o que tem trazido investimentos para a região, antes inexistentes. Ele parecia bem animado com as oportunidades que a Serra das Confusões vem recebendo e nos deixou mais empolgados para conhecer o Parque, ainda rústico e sem tantos turistas por perto. Pelo jeito, logo o parque estará recebendo turistas do mundo todo!
Marcamos a a saída no dia seguinte às 7h30, para conseguirmos chegar ainda de dia em Cristino Castro, próxima parada da viagem. Depois do papo, o Aguinaldo ainda nos ajudou a encontrar um restaurante para jantar, em uma das poucas opções na cidade abertas na terça-feira. Valeu Aguinaldo!!