As impressões depois de dez dias em Barra Grande

Quando nos demos conta, já haviam passado dez dias desde a nossa chegada em Barra Grande. Sem muitos percalços e com alguma dedicação, as coisas parecem estar acontecendo.

Depois de ver diversas casas enquanto eu não havia chegado com os cachorros, Marco achou uma que atendia nossas necessidades em questão de espaço para a mudança e acomodação dos cachorros.

 

Foi difícil pela proximidade do início da temporada, quase todas as casas de aluguel funcionam em regime de diária, o que inviabilizava o aluguel mensal pelo alto valor.

 

Ainda bem que Isolda, a dona da casa que acabamos alugando, cedeu em nos alugar mensalmente a sua casa de temporada e a casa é exatamente tudo o que precisamos no momento.

 

Nem precisamos nos preocupar com a chegada da mudança, pois a casa tem tudo: cozinha completa, sala com TV, camas... Além de ter espaço para todas as caixas que ainda vão chegar. Num primeiro momento, falamos com Isolda somente ao telefone, já que ela mora em Teresina e, mesmo sem contato visual, já nos passou uma imagem muito simpática.

 

Pudemos comprovar pessoalmente nossa primeira impressão ainda na primeira semana aqui, quando ela veio nos conhecer aqui na casa. Simpática, alegre, ela chegou aqui e conversamos como se já nos conhecessemos a muito tempo. Concordamos em alugar a casa até meados de dezembro, para que ela possa pegar a temporada de final de ano. Nada mais justo e além do mais, já queremos ter algo pronto no final do ano.

 

E como queremos ter algo pronto no final do ano, logo nos primeiros dias já fomos a Parnaíba conhecer a Construtora Marruás, do engenheiro Ronald, indicação do pessoal que já construiu por aqui. Ainda não estávamos certos se queríamos contratar uma construtora ou tocar a obra nós mesmos, mas fomos conversar um pouco sobre o projeto com ele.

 

Como já construiu diversas casas, pousadas e restaurantes em Barra Grande e Jericoacoara, ele nos deu várias dicas para o projeto, compartilhou riscos e falou de dificuldades possíveis. Foi ótimo poder conversar com ele e clarear um pouco melhor a idéia da pousada e enfim conseguir um plano de construção por fases.

 

Acabamos resolvendo construir, na fase 1, os dois andares de seis quartos, mantendo a parte de baixo como nossa casa provisória e podendo alugar três quartos no andar superior já para o Reveillón 2011/12, além da oca para abrigar as mesas do café da manhã. Os bangalôs, nossa casa e a área comum vão ficar pra uma próxima (ou próximas) fase (s). Assim nos mantemos dentro dos custos e temos tempo para analisar e criar oportunidades para prosseguir com o projeto.

 

Além de nos instalar e começar a ir atrás do projeto, ainda pudemos nos familiarizar com as particularidades de Barra Grande, onde tudo acontece de maneira bem diferente do que acontece em São Paulo.

 

As comunicações não estão boas (nem telefone, nem internet), os estranhos horários de funcionamento do comércio (que podem ter longas paradas para o almoço ou até funcionar somente pela manhã), as poucas opções de comércio de facilidades (apenas uma padaria e alguns mercadinhos), morar em um local onde o pagamento é quase sempre em dinheiro (e não há caixas eletrônicos)... E para fazer quase tudo de burocrático é preciso ir até Parnaíba, que é uma viagem cansativa apesar da (relativamente) curta distância, já que tudo acontece muito lentamente por lá. Mas são coisas com as quais devemos nos acostumar pra não enlouquecer; aqui definitivamente não é São Paulo, até por isso que nos mudamos para cá.

 

Com estes dez dias já pudemos estabelecer uma espécie de rotina (refeições, cuidados com  os cachorros, limpeza da casa) meio improvisada também. E perceber que, é sim, muito bom morar na praia apesar de todos os percalços...