Acreditava friamente que a saga da mudança teria terminado com a escolha da transportadora, mas, claro, os problemas de qualquer projeto acontecem na execução...
Tudo estava (ou melhor, parecia) perfeitamente planejado: o dia estava agendado, a transportadora já havia enviado todas as orientações, estávamos preparados, com os itens de uso pessoal ajeitados e separados, tudo parecia muito bem organizado!
Dia 25/04/2011, um dia depois da Páscoa, estávamos acordados esperando o pessoal da transportadora chegar para a primeira etapa da mudança, a embalagem. Chegaram três homens uniformizados, munidos de caixas, plásticos-bolha, papelão, fitas colantes. Simpáticos e ágeis, eles passaram o dia 1 desmontando, embalando, protegendo toda a nossa mudança.
No final do dia, tudo parecia quase pronto, ainda tínhamos à nossa disposição a cama, o sofá, a TV e a internet, que nos permitiu ficar mais uma noite de despedida em nossa casinha em Sousas. Pra ficar perfeito, só faltou a geladeira e a cafeteira, mas tudo bem! Os cachorros estavam meio sem entender o que se passava, mas a Lisa ficou feliz que a cama dela também tinha ficado sem embalagem! Fim do dia 1, curtimos a nossa última noite na casa, tranquilos...
Dia 26/04: faltava pouco para embalar, pensamos. "Até meio dia eles terminam a embalagem e podem começar o carregamento logo após o almoço". Ledo engano... Na hora do almoço, ainda havia vários itens fora das caixas, mas, mesmo assim, eles começaram a carregar o caminhão, para adiantar o serviço. Enquanto isso, um dos homens uniformizados ainda continuava a embalar os itens que faltavam.
Só um pórem nos incomodava: desde a chegada do pessoal, ressaltamos a necessidade de desmontar o ar condicionado split do escritório, com medo que fosse um pepino, mas eles se mostravam tranquilos quanto a isso, o que nos deixou pensando que seria feito com um pé nas costas! No final da tarde, quase tudo no caminhão de mudança, nos é informado que eles não desmontariam o ar condicionado, pois não estava no escopo do contrato (já vi essa história na minha vida profissional antes... rs)! Detalhe... Já eram 5 horas da tarde, ou seja, hora do caminhão partir para o armazém!
Desespero, revolta com a empresa, pensamentos tentando arquitetar uma maneira de desmontar aquele trambolho (não, não é nada simples!), ferramentas pra lá, ferramentas pra cá, improvisação na montagem de um "andaime" para fazer a desmontagem... O pessoal fez de tudo para tentar desmontar o ar, mesmo não sabendo muito bem como fazê-lo. Do outro lado, ao telefone, brigas e discussões com o administrativo da empresa, que teimava não ser responsável pela desmontagem, mesmo tendo sido expressamente ressaltado que seria necessário durante a vistoria (aliás, um dos motivos pelos quais fechamos com a tal empresa).
Pela boa vontade do seu pessoal que estava executando a mudança, eles mereciam ter conseguido, mas, depois de quase 2 horas tentando e com medo de quebrar o equipamento, resolvemos desistir de tentar desmontar o ar. Foi nesse momento que a negociação com a empresa chegou numa proposta ganha-ganha para ambos os lados: nós ficaríamos responsáveis pela desmontagem do ar e a empresa disponibilizaria outro transporte para levá-lo ao armazém no dia seguinte. Ambos os lados felizes, os montadores satisfeitos por poderem ir embora depois de um dia longo e estressante.
Com os nervos à flor da pele, sentei na casa vazia e chorei. Chorei pelo stress do dia, pela casa vazia, pela mudança de vida que estava cada vez mais perto... Um acúmulo de emoções boas e ruins, uma cabeça cheia de interrogações... Mas, depois de uma conversa, já estávamos caindo na risada e imaginando o quanto essa história (e muitas outras que estão por vir) nos faz crescer e aprender. E, de quebra, ainda vira um post aqui no blog do Terra Patris!
É... Mudar realmente não é fácil... E está só começando!