Acordamos, o tempo estava meio nublado, mas, como o objetivo é andar bastante, é melhor que esteja assim! No final, essa época o tempo não é tão aberto, mas considerando o calor que faz nessa região do Brasil, somado à toda essa areia branquinha, acho que a melhor opção pra quem não curte fritar no sol.
A ideia do dia é fazer a caminhada pelas dunas em direção ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, passando pelo Canto do Atins (para comer o famoso camarão, tão elogiado pelo Ricardo Freire) e voltar ao pôr do sol pela praia.
A caminhada até o Canto do Atins
A caminhada começa dentro da própria vila. Saímos da Pousada do Irmão, sentido do Parque (oposto ao rio Preguiças), à direita. Dica: no muro da pousada, do lado de fora, tem um mapa bem grande de toda a Rota das Emoções, dá pra ter uma ótima noção do trajeto.
Já na saída da pousada dá pra notar que é muita, mas muita, areia fofa (mesmo). Uma areia diferente de tudo o que você já viu na vida, inclusive muito diferente da areia das dunas de Luís Correia.A caminhada nessa areia é pesada, você afunda conforme dá os passos e a areia retorna junto com o chinelo.
Ainda bem que estávamos por lá bem no início da temporada (final de Maio), quando ainda há resquícios das chuvas e a areia fica mais firme, melhor para andar. Update: estivemos em Atins novamente em Setembro de 2017, já no final da temporada, e achamos muito mais difícil caminhar na areia.
Após cerca de 3 km caminhando nas ruas da vila, chega-se ao limite do Parque. Não há muita coisa, apenas algumas marcações com pequenas torres de cimento, delimitando o Parque. Mas as construções já estão quase lá, mostrando que o turismo por ali tende a crescer nos próximos anos. Ali já se avistam as primeiras e imensas dunas dos Lençóis, o que realmente já dá mais um pique para continuarmos a caminhada.
A partir da entrada no Parque, quase não se vê movimento. Um ou outro veículo levando os turistas para almoçar no Canto (é uma possibilidade caso você tenha budget e não queira encarar a caminhada), quase ninguém caminhando.
O caminho é fácil: basta seguir as marcas de pneus dos carros. Em alguns pontos, há que se ter cuidado, pois muitas áreas estavam alagadas. Precisamos contornar em caminhos com mais areia, o que com certeza levou mais tempo. São cerca de mais 4km caminhando em direção às dunas e em torno delas, para chegar até os famosos restaurantes do Canto do Atins. Total da caminhada: 7 km (sem contar as dunas).
Os restaurantes do Canto do Atins
Chegando lá, não tem erro: só se vê os dois restaurantes, lado a lado, porém com uma considerável distância entre eles.
Já havíamos lido sobre o Restaurante da Luzia, que foi descrito pelo blog Viaje na Viagem como "o melhor camarão do mundo", e se tornou tradição e passeio obrigatório para quem visita Atins. Mas também havíamos lido sobre o Restaurante do Antônio, irmão da Luzia, que, após uma briga com a irmã e sócia, abriu um restaurante ao lado, com o mesma receita do camarão.
Na época, optamos por comer no Antônio, pois parecia mais arrumadinho. Paredes decoradas com conchinhas (como por toda Atins), redário espaçoso e com redes coloridas, simpatia no atendimento. Pedimos o camarão grelhado, prato chefe da casa. Mas quem não come camarão tem outras opções também.
A comida estava maravilhosa e o camarão realmente é de outro mundo no quesito tempero! O camarão de Santo Amaro é maior, mas o modo de preparo deste é mesmo muito diferente e saboroso.
As lagoas do Canto do Atins
O ideal é chegar no restaurante, fazer seu pedido (com hora marcada pra ir comer) e sair para dar uma conferida nas lagoas que ficam ali pertinho. É só subir a primeira duna que você encontrar para avistar as lagoas de água doce (são muitas - dependendo da época da sua visita).
Daqui você tem uma visão completa dos Lençóis Maranhenses, com a praia e o mar do outro lado. Infinitas lagoas, que parecem se juntar, água azul transparente, doce e morna, emparedadas por milhares e dunas branquinhas. Realmente é um cenário difícil de esquecer e por isso consideramos os Lençóis Maranhenses um dos locais mais lindos que já visitamos.
Mais uma vantagem de se ir na temporada das chuvas (Março a Maio): as lagoas estavam cheias de água e praticamente sem turistas! Em quase todo o tempo, ficamos só nós dois com toda aquela imensidão pra gente. Muita paz e contato com a natureza!
Para quem vai na alta (Junho a Setembro), não se preocupe: as lagoas em Atins são de difícil acesso (comparadas às de Barreirinhas, ou seja, não é todo mundo que vai conhecer.
Não é recomendado visitar Atins na baixa temporada (Outubro a Fevereiro), pois as lagoas estarão secas e o visual fica bem mais desértico.
A caminhada de volta pela praia de Atins
Depois de muito comer, relaxar e nadar nas lagoas, um cochilo rápido na rede para não perdermos a hora de voltar. Nos programamos para sair às 16h, calculamos 2 horas de caminhada pela praia, que é mais firme. A maré estava subindo e teríamos tempo de chegar à vila antes de escurecer.
A praia de Atins não é uma grande atração. A areia na praia é bem diferente das dunas, mais úmida e às vezes lodosa, como de um mangue. Em alguns pontos tivemos que dar a volta por cima, para evitar essa espécia de areia movediça. Mas foi tudo tranquilo.
Demoramos um pouco menos de 2 horas para chegar à Cabana, barraca de praia que havíamos estado no dia anterior, onde apreciamos mais um pôr do sol em Atins.
Amanhã é dia de sair de Atins, voltando para Barreirinhas. Mas pretendemos ir no barco das 14:00, assim poderemos dar uma volta pela vila e visitar algumas pousadas.