Acordamos cedo e após o café no Hotel Fazenda 7 Cidades, seguimos para o Parque Nacional de Sete Cidades, que fica bem ao lado do hotel. Acertamos um late check out (estava super vazio o hotel) e partimos com o intuito de fazer o passeio de bike!
Chegando na sede do Parque
Logo na entrada fomos orientados pelo guarda a seguir pela estrada de piçarra até a sede do parque para pegar maiores informações do passeio.
Ao contrário do que dizia a placa na entrada, não foi necessário pagar a entrada nem estacionamento no local. Acreditamos que deve ser cobrado somente por quem usa o parque como corta caminho entre Piracuruca e Piripiri, já que há uma estrada que liga ambas as cidades pelo parque.
Depois de uns 4km, chegamos na sede do parque e fomos recebidos pelo guia do ICMBio João de Deus, que nos explicou como funcionavam os roteiros dos passeios pelas 7 cidades de pedra, nome que foi dado ao local pelos primeiros exploradores.
Na sede do Parque há também um catálogo das espécies de animais e plantas já encontradas por ali. Nos surpreendemos com a semelhança da fauna com Barra Grande, muitas das espécies que vemos no nosso dia a dia no litoral estavam expostas lá.
Uma lanchonete (com itens básicos para a caminhada) e lojinha com artesanato local completam a área, mantida pelo ICMBio.
O passeio nas Sete Cidades
O passeio deve ser feito sempre com guia, que é contratado na hora, na própria sede. Os valores e tempos de passeio variam de acordo com o roteiro e o meio de transporte utilizado (carro próprio, bicicleta ou a pé). Os valores cobrados em Maio de 2015 eram de R$ 60 de carro (duração de 3h), R$ 80 bike (4h) e R$ 120 a pé (6h).
Optamos pela bike devido ao pouco combustível e para tentar ver mais animais, que se assustam com o barulho dos carros. O aluguel da bike é feito lá mesmo (R$ 10 por pessoa) e o percurso é quase todo plano e apenas alguns pontos passam por trechos de areia fofa.
O passeio é bem tranquilo como dito, visitam-se quase todas as cidades (com exceção da 7a cidade, cuja visitação é proibida para a preservação da fauna, flora e inscrições rupestres) no período indicado pelo guia. Em alguns pontos, é necessário deixar a bicicleta e seguir por pequenas e curtas trilhas.
Nosso guia foi o Bruno, um menino nativo de Brasileira, que sabe muito do parque. Ele foi muito explicativo e nos mostrou quase todas as imagens das pedras, tornando passeio muito educativo e interessante.
O nome Sete Cidades é devido a organização do parque em setores (as cidades), pelas aglomerações de pedras na área. Devido à similaridade das pedras com outros locais e formatos que lembram animais ou pessoas, cada pedra tem um nome diferente, em alusão à sua imagem.
São também encontradas pinturas rupestres pelo parque, diferentes das pinturas na Serra da Capivara. Ao longo do caminho, avistamos diferentes tipos de calangos e iguanas, além de um mocó - um animal (roedor) típico das regiões rochosas no estado do Piauí. Dizem que também têm onças por lá, mas geralmente é difícil trombar com elas.
Queríamos muito ter ido conhecer a cachoeira do Parque, mas, por ela estar localizada dentro da 7a cidade (aquela fechada para visitação), não foi possível.
Apesar do sol forte, a bike ajuda a dar um ventinho. Mas não esqueça da água e do boné, pois é muito quente mesmo, principalmente próximo do meio dia. A recompensa é logo após a visita da 1a cidade (uma das últimas), quando chegamos a piscina e Olho d'água dos Milagres.
Parada para um lanche (acompanhados de duas curiosas iguanas, que desceram da árvore e ficaram nos observando comer - provavelmente já foram alimentadas com comidas trans viciantes de outros turistas) e um refrescante banho na piscina. De lá retornamos, passando pela 7a cidade. Logo antes de chegar a sede, há uma leve subida, mas nada muito dificil de seguir.
Chegando na sede, sensação de dever cumprido. O passeio de bicicleta é muito agradável e toda a informação que vimos no parque nos deixou muito satisfeitos com o tour. Com certeza vale a pena a parada no Parque na sua viagem entre Teresina e Barra Grande.
Para mais informações técnicas:
Como nome das pedras, detalhes da cidade, animais típicos da fauna visite o site da Secretaria de Turismo no Piauí.
Pontos de destaque no passeio:
- Animais: vimos muitas espécies nativas e curiosas pelo parque. Iguanas, pequenas capivaras, tejos, grilos e lagartos super coloridos (furta cor mesmo!). Dizem que também há onças e jaguatiricas! Mas isso não vimos.
- Pinturas rupestres: diferentes das encontradas na Serra da Capivara, indicam que os humanos que passaram aqui eram nômades. A tinta usada é um óxido de ferro. São todas protegidas pelo Parque, mas devido a oficializacao da proteção ter ocorrido somente em 1966, algumas foram danificadas.
- Mirante da 2a cidade: ponto mais alto do Parque, proporciona uma vista de toda a região.
De volta à estrada: rumo à Pedro II
Retornamos ao hotel fazenda para um banho e antes de seguir rumo a Pedro II, paramos no Bebeto (de novo, é o único por aqui, mas é bom mesmo!) para uma carne de sol deliciosa. Supreendente mesmo!
Apenas 70 km depois, chegamos em Pedro II. A estrada está ótima e se preparando para o festival de inverno, que ocorrerá no início de Junho (sempre no feriado de Corpus Christi). A entrada da cidade é promissora: um belo portal indica a "Cidade das Opalas", ao lado de um belo açude.
Porém ao entrar nos decepcionamos um pouco. Somente alguns hotéis na avenida principal e a parte histórica concentra apenas lojinhas que vendem artesanato da pedra local (uma raridade encontrada somente aqui e na Austrália). Esperávamos mais opções, dada a famosidade do festival de inverno e das Opalas.
Nos hospedamos no Marzuq Hotel Flat, ótimo custo benefício. Aproveitamos para trabalhar com a boa internet do Hotel. Comemos logo em frente no Boomerang Mix, por falta de opção e de vontade de andar mesmo. Estávamos cansados do passeio em Sete Cidades, que já valeu muito a pena!
Procuramos um pouco sobre os passeios possíveis em Pedro II e nos surpreendemos com a quantidade de cachoeiras e sítios arqueológicos podemos fazer por aqui! Mas não encontramos nenhuma informação sobre guias, então deixamos para nos informar com o hotel amanhã mesmo.