Aproveitando o post sobre as dificuldades, quero comentar sobre trabalhar com design à distância.
Vir para o Piauí para a Nath significou uma mudança brusca de carreira. No meu caso, que continuo trabalhando como designer, significou uma seleção, adaptação e adição de funções que exercia quando morava em Campinas. Das áreas do design que trabalhava para meu principal cliente, cheguei à conclusão que a área de mídia impressa não teria como se manter à distância, assim como o atendimento, reuniões de escopo, provas, entre outros. No caso desses meus clientes, nāo adiantava propôr uma forma 100% online de reuniões e pedidos rotineiros. A solução foi achar um parceiro para manter o atendimento e criação impressa, presente em Campinas. Por ajuda do destino, achei Diogo, um amigo de infância que se tornara um ótimo publicitário e designer gráfico. Os outros segmentos (como criação de identidade, web design e edição de video) consigo desenvolver daqui. Enviar vídeos é possivel se você mandar versões compactadas durante o dia e depois mandar o arquivo principal durante a noite ou até mesmo enviar o dvd via correios. Agora, quando o trabalho é de criação e edição de páginas CMS, o tempo de espera pode ser desesperador. A internet em Barra Grande, como em grande parte do Piauí, não consegue captar nem sinal 2G. Aqui na pousada usamos uma internet de 600kb via rádio. Pagamos mais de 100 reais mas, fico feliz por existir "algo" que nos mantenha conectados, já que aqui nem celular pega direito. Este é outro custo do atraso tecnológico: o tempo. Demoro 5 vezes mais para fazer a mesma tarefa que fazia no estado de São Paulo, cobrando o mesmo preço, pois esse tempo a mais não é de responsabilidade de meu cliente. O Piauí esta repleto de gente criativa. Se tivessemos acesso à internet decente, poderiam buscar conhecimento e aprender via internet (atividade que parei de realizar devido a demora para carregar os videos). Me perguntaram outro dia " Como você consegue trabalhar com essa internet do Piauí?" - Com paciência eu respondi. Seja como for, continua valendo a pena. Não consigo nos imaginar numa vida urbana.