A novela Terra Patris - capítulo 01

Há tantos meses sem escrever praticamente nada! Parece até que nada aconteceu, visto que um blog é para contar o que acontece no dia-a-dia. Mas, muito pelo contrário, faltou foi tempo e não assunto... Aliás, é tanto assunto pra um post somente, que devo fazer uma mini-novela (ou seriado) de alguns capítulos, porque estes últimos dois meses foram tão intensos em questão de trabalho, que cheguei a me sentir na mesma correria da época que trabalhava em alguma empresa.

Uau, mas foi bem por isso que eu fugi né? Infelizmente, quando o negócio é seu, parece que o sentimento de fazer e a garra que surgem são surpreendentes... Acordar cedo (entenda-se antes das 6h da manhã) rapidamente se tornou um hábito. Uma pena que não era pra caminhada com os cachorros e sim pra agilizar os afazeres do dia!

No último post (tive até que reler pra lembrar!), contava como tinham sido os primeiros 6 meses em Barra Grande e como a vida realmente passa muito rápido quando estamos atarefados, mesmo vivendo em um paraíso. Sim, a gente trabalha e muito! Tem muita gente que acha que a vida por aqui são eternas férias, mas a grande verdade é que tudo por aqui requer muita atenção e trabalho. Claro que é muito diferente do que vivemos em São Paulo, só o fato de poder se dar um dia de folga e passar o dia na praia já muda muita a maneira como encaramos as coisas! Mas, pra tornar esta vida viável, temos que ser organizados. O motim de Barra Grande, criado por mais um paulista que trocou SP pelo PI (“não faça hoje o que você pode fazer amanhã, senão amanhã não terá o que fazer”), é mais uma brincadeira, pois a verdade é que se você não tirar o caminho de cupins que está se formando hoje, amanhã você pode não ter mais telhado! 😉
Após esta recapitulação, acho que posso começar o primeiro capítulo da novela da inauguração. Cada dia que ia à obra parecia mais perto do fim, porém, sempre aparecia mais uma modificação para ser feita. Isso tornou os últimos dias em semanas e alterações de escopo intermináveis. Um lavabo que não estava nos planos, um deck de madeira na oca, uma despensa em baixo da caixa d’água, o canil dos cachorros, a cerca... Nossa! Era impossível mesmo querer ter tudo pronto no mesmo prazo inicial acordado com o Zeca... Mas as mudanças eram necessárias e, olhando tudo hoje, não dá pra imaginar não ter tido estas modificações de última hora! Mesmo com todas as mudanças, ainda enxergamos melhoras que podem ser feitas, porém, não agora! Chega de obra por um tempo...
Então, o prazo de 15 de Novembro se estendeu até 7 de Dezembro. Tivemos que negociar mais um mês de aluguel na casa (o que não foi um problema, graças à Isolda sempre prestativa!) e contêr os ânimos, já que a ansiedade pela mudança era grande. Precisávamos ainda decorar, iluminar, arrumar... E, pela quantidade de caixas que os carros e a carroça levaram no dia da mudança, era evidente que teríamos os 18 dias mais intensos de trabalho apenas começando.
Foi exatamente isso. Abre caixa, joga caixa, pinta, limpa, fura, prega, cola, arruma. Limpa de novo, abre mais caixas, joga mais caixas (aliás, o que fazer com tantas caixas?), desentope, lava, joga fora, fica, doa. !). Além disso tudo, compras e mais compras para mobiliar e decorar a pousada, obrigando-nos a fazer viagens à Parnaíba mais de 3 vezes na semana. E ainda tínhamos que arrumar tempo para comer (ainda bem que existem os congelados salvadores da loucura da vida moderna) e dormir (muito pouco, de tantos afazeres, a cabeça não desliga). Maratona?
Foram dias que o kite ficou de lado, com direito a apenas uma pausa em um domingo, pois todo mundo merece descansar! A loja também sofreu com a mudança, pois tomamos a decisão de mantê-la fechada enquanto estivéssemos nessa fase.  
Com tanta correria e afazeres, a cada dia a pousada ficava mais a nossa cara. Era gratificante e estimulante ao mesmo tempo! E estávamos chegando perto da inauguração... Ah mas isso é assunto pra mais um post!